Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Ali Klemt | 9 de julho de 2023
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Não sei você, mas eu estou A-PA-VO-RA-DA com as consequências da Inteligência Artificial para o mundo. Surpreendo-me, constantemente, refletindo nos rumos que a história tomará. Estamos vivendo uma das maiores revoluções da humanidade, talvez a maior desde a criação da escrita.
Ao compararmos a IA com a escrita, até sinto um alento no coração. As mudanças assustam, mas, se usadas para o bem, inovações transformam sonhos em realidade e salvam vidas. O progresso é bom: jamais vivemos em uma sociedade tão civilizada. Acredite. Baste olhar em retrospecto para a história e constará que as leis, os padrões morais, a censura social vem rechaçando, julgando e punindo tudo aquilo que vai contra alguns dos mais fundamentais valores do ser humano: a vida, a família, os bens públicos, etc. Mais do que isso, há um anseio em ir além, até mesmo espiritualmente. Temos buscado direitos aos animais e à natureza, reconhecendo que não somos os senhores absolutos dessa Terra e, certamente também não, do Universo, mas que fazemos parte integrante dele. Logo, devemos respeito a isso tudo.
Esse salto espiritual não seria possível se ainda estivéssemos presos na idade das cavernas, lutando para sobreviver ao frio e aos predadores. O fogo, as armas, a tecnologia para criar a agricultura… todo esse desenvolvimento melhorou a vida na prática, mas também deu espaço para o cérebro refletir sobre outras questões e, voilá!, evoluir.
Evoluir tanto que, hoje, talvez não tenhamos sequer que pensar para criar textos, imagens, publicidade, obras de arte, música. A Inteligência Artificial já domina isso tudo com base no infindável arquivo gerado pelos dados das redes. Simples assim. E, talvez, virá até mesmo a substituir os humanos em funções que sequer supúnhamos, como na política (essa seria uma ótima ideia, hein? – sim, minha pergunta contém uma boa dose de frustração com a realidade do Brasil).
O que sobrará para os humanos, afinal?
Definitivamente, não sei a resposta. Ninguém sabe. Mas penso que o que é essencialmente humano jamais poderá ser substituído: o sentir. O se emocionar, se deixar impactar, reagir. E, a partir daí, pensar, criar soluções, conectar, relacionar. Com falhas no caminho, porque isso é humano.
E, pode ter certeza: a vulnerabilidade acabará sendo um ativo. As obras de arte com falhas mostrarão que foram criadas por uma pessoa, é isso terá valor. Mais ou menos como hoje se valoriza a moda autoral, manufaturada, que carrega não apenas beleza, mas também a cultura de um povo, duas histórias e símbolos.
A vivência, a experiência…a história. É isso que amamos, porque tem vida. Conecta. Inspira. É quente. E é isso que nós faz humanos. Ê isso que faz a Inteligência Real que carregamos dentro de nós e passamos de geração em geração.
Como será o futuro? Não tenho a mínima ideia, mas vou me deixar levar, porque tenho certeza que será ainda melhor.
Ali Klemt
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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