Quarta-feira, 08 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de março de 2019
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) afeta entre 3 e 6% da população mundial. Deste público, cerca de 10% dos casos são entre crianças e adolescentes. Os principais sintomas da doença estão relacionados à dificuldade de concentração, inquietude e impulsividade. Pesquisadores associam a predisposição genética e o ambiente em que os pacientes estão inseridos como possíveis fatores de causa. As últimas pesquisas trouxeram, também, uma relação entre a ausência de alguns nutrientes essenciais no organismo como gatilho para o transtorno.
O magnésio, mineral que participa de mais de 300 reações metabólicas do organismo, é essencial para o bom funcionamento do sistema nervoso central. O jornal científico Psychiatry Research Neuroimaging demonstrou que crianças e adolescentes com TDAH apresentam valores baixos de magnésio, em comparação com aqueles que não têm o transtorno. Em qualquer pessoa, a falta do mineral causa resistência insulínica, que, além de ocasionar no ganho de peso, causa sintomas como fraqueza muscular, apatia, fadiga e insônia. Para a neuropediatra Dra. Andrea Weinmann, estes sintomas de cansaço podem estar ligados à falta de concentração, nervosismo, alterações de humor e aumento da agressividade, características de pacientes com TDAH. “Uma vez que grande parte destes sintomas são manifestações comuns nos quadros de TDAH, este estudo corroborou a hipótese já levantada por outras pesquisas, que apontaram uma possível relação com níveis abaixo do esperado do magnésio em pacientes com o transtorno”, afirmou Andrea.
A reposição do magnésio no organismo pode ser utilizada como um recurso terapêutico adicional, para amenizar os sintomas da doença. “É comum que as medicações farmacológicas para o transtorno, quando necessárias, tirem o apetite. Assim, podem ocorrer deficiências de importantes vitaminas e minerais. Por isso, a utilização de certos suplementos de vitaminas e minerais podem trazer uma melhora da atenção, da hiperatividade e da impulsividade”, expõe a neuropediatra. Dessa forma, o tratamento pode ser intensificado através da suplementação com zinco, ferro, magnésio e vitamina D, por exemplo. É importante que os pais conversem com o médico para solicitar exames que mostrarão se há ou não deficiência de vitaminas e minerais. A prescrição, portanto, deve ser feita com base as evidências dos resultados dos exames e no quadro clínico”, encerra Andrea. A médica ainda relembra que a suplementação deve ser prescrita por um médico, já que o mineral em excesso pode ser prejudicial, assim como outras vitaminas e minerais.
*Estagiária sob supervisão de Marjana Vargas