Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Filipe Guerrero Gracia | 8 de janeiro de 2022
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A dor nas costas está presente em 80% da população mundial adulta, sendo que 30% a 40% dessas pessoas apresentam hérnia de disco lombar de forma assintomática. Ou seja, não sentem dor. E 2% a 3% sentem dor associada com a hérnia de disco, aparecendo mais em homens (4,8%) e em mulheres (2,5%), acima dos 35 anos.
Existem três tipos de hérnia de disco: a protusão discal — mais comum —, em que o núcleo do disco fica mais largo (mas permanece intacto), podendo ter contato com regiões de sensibilidade e levando a dores ou incapacidade de movimentos; a extrusa — que é um quadro mais sério — onde o núcleo do disco se deforma e se rompe, eliminando o líquido gelatinoso que o compõe, podendo comprimir raízes nervosas e fechar o canal por onde passam; e a sequestrada, situação de maior gravidade, pois a parede do disco se rompe e o líquido gelatinoso vaza para dentro do canal medular, causando inflamações e uma compressão contínua.
Diante da baixa taxa de dor causada pela hérnia de disco (entre 2% e 3%), é sugestivo analisar a queixa do paciente em relação à dor, localização, irradiação, fatores de alívio ou de piora, dentre outras características que possam demonstrar o estado e a intensidade dos sinais e sintomas.
Por ser uma queixa multifatorial, diversos fatores, como levantamento de cargas com técnica ruim, postura incorreta, estruturas de sustentação frágeis, trauma severo, entre outros, podem gerar traumas nos discos. O quadro clínico típico envolvendo esses traumas inclui dor e alteração da funcionalidade na região de vértebras e em membros inferiores.
Dependendo da gravidade da hérnia, pode evoluir para uma lombociatalgia — conhecida, muitas vezes como dor ciática.
Devido às inúmeras possibilidades de manifestação, devemos estar atentos às suas formas atípicas e preparados para realizar um apurado diagnóstico diferencial.
O tratamento conservador é a primeira melhor opção diante de um quadro leve sem comprometimento da funcionalidade. O tratamento cirúrgico é de exceção e reservado apenas para os casos de insucesso do tratamento conservador, déficit neurológico progressivo ou síndrome da cauda equina.
Além de dor localizada na coluna lombar, pode irradiar-se para glúteos, coxas e joelhos. Inicialmente, de forma aguda e piorando com o esforço físico, se tornando muitas vezes um problema crônico. Um dos fatores determinantes é a menor estabilidade da região pela necessidade corporal de maior movimentação nesses locais vertebrais.
A constatação de um diagnóstico depende dos sinais e sintomas, do exame físico, do conhecimento da desconformidade, dos mecanismos de lesão, da sensibilidade da palpação do examinador e da capacidade de realizar os testes corretamente. É importante realizar vários procedimentos para confirmar de forma precisa o que está acontecendo, pois é possível que algum teste forneça resultados falso-positivos devido ao surgimento de sintomas em estruturas próximas.
Portanto, a utilização de um conjunto de testes proporciona melhor eficácia no diagnóstico. O exame neurológico é muito importante para analisar se a dor lombar vem associada com radiculopatia.
É possível tratar a hérnia de disco seguindo as recomendações do profissional da saúde, com o uso correto de medicamentos, aderindo a terapias e praticando atividades físicas supervisionadas. O importante é sempre evitar um esforço além do limite do paciente.
Profissionais como o Osteopata, Fisioterapeuta, Médico e o Educador Físico estão aptos para realizar o diagnostico diferencial e direcionar o tratamento, realizando-o multidisciplinarmente. Portanto, o reconhecimento precoce dessa associação permite um tratamento direcionado e diminui as incapacidades.
Filipe Guerrero Gracia – Osteopata DO MRO Br
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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