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Voo de resgate da FAB vindo do Líbano trará mãe de brasileira morta

A previsão é de que o avião da Força Aérea Brasileira deixe o país apenas às 14h deste sábado (5), pelo horário de Brasília. (Foto: Divulgação)

A mãe e os três irmãos da adolescente brasileira morta no Líbano receberam a notícia, na quinta-feira (3), de que serão incluídos no primeiro voo de repatriação organizado pelo governo brasileiro. Ikram Adel Yassine e os três filhos de 13, 10 e 6 anos procuraram a Embaixada do Brasil em Beirute para voltar ao Brasil, onde mora uma parte de sua família.

A previsão inicial era para que o primeiro voo repatriação do Brasil resgatasse 220 pessoas nessa sexta-feira, em Beirute, e chegasse ao Brasil na manhã deste sábado (5). Mas, por razões de segurança, o governo brasileiro decidiu adiar em 24 horas a decolagem. Com isso, a previsão é de que o avião da Força Aérea Brasileira deixe o país apenas às 14h deste sábado (5), pelo horário de Brasília.

A filha mais velha de Ikram, Mirna Raef Nasser, de 16 anos, morreu durante um bombardeio no dia 23 de setembro.

Ela e o pai, o libanês Raef Hussein Nasser, haviam deixado a casa onde moravam, no Vale do Bekaa, por conta dos intensos bombardeios – mas voltaram ao local para buscar alguns pertences e acabaram sendo atingidos.

À GloboNews, Ikram relatou seu desespero para deixar o país depois de perder a filha mais velha e o marido.

“Eu fiquei aqui no Líbano com três crianças pequenas e eu quero ir embora para o Brasil para ficar com meu cunhado e para ele me ajudar com meus filhos. Aqui não tenho ninguém para me ajudar. Fiquei sozinha, fiquei sem homem e sem filha grande para me ajudar. Eu quero ir embora daqui porque não consigo mais ficar aqui”, disse Ikram.

“Eu quero ficar triste pelo meu marido e minha menina, mas não dá porque tem uma guerra e eu não consigo porque eu tenho que tirar meus filhos daqui. Eu tenho três crianças. A minha menina de 13 anos está muito triste e fica nervosa quando escuta barulho de bomba. Eu quero tirar eles daqui, mas não sei como”, completou.

Mirna nasceu em Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, e foi para o Líbano com 1 ano com a família. A jovem vivia com a mãe, o pai e três irmãos no país.

Antes do nascimento de Mirna, Ikram morou no Brasil. Ela afirma ter procurado a Embaixada do Brasil em Beirute para buscar ajuda e entrar em uma lista de repatriados. O cunhado, Ali Bu Khaled, mora em Balneário Camboriú (SC) com outros familiares libaneses.

Dois adolescentes

Mirna Raef Nasser, de 16 anos, foi a segunda cidadã brasileira morta durante os ataques das forças israelenses contra o Líbano. Além dela, Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, também morreu vítima de um foguete que atingiu a cidade de Kelya, no Líbano.

Segundo o tio de Mirna, Ali Bu Khaled, o irmão (pai da adolescente) também morou no Brasil. Chegaram a viver por um tempo em Brasília e, depois, se mudou para Balneário Camboriú, onde a jovem nasceu.

“Esse ano estava conversando com ele, que ela era muito inteligente na escola e esse ano a gente ia trazer ela para conhecer, ela tem direito de vir para cá. Ele disse que depois que terminasse e a escola viria conhecer [Balneário Camboriú]. A gente fala, dói na gente, quando a gente vê na TV, no Brasil, que fala que atacou base militar e não tem nada disso, é tudo civil, posto de gasolina. Tudo o que aconteceu na minha cidade, cidades vizinhas, estão matando mulheres, crianças”. As informações são do portal de notícias G1.

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