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Por Redação O Sul | 9 de junho de 2018
Palco das maiores conquistas de Maria Esther Bueno, o Torneio de Wimbledon lamentou a morte da ex-tenista brasileira, que faleceu na noite de sexta-feira em decorrência de um câncer na boca que entrou em fase de metástase. Ela estava internada no Hospital Nove de Julho, em São Paulo, desde maio.
“O All England Club está profundamente entristecido pela morte de Maria Bueno, uma de nossas campeãs mais amadas”, disse o clube que sedia o Grand Slam inglês, via redes sociais. Foi na grama de Londres que a ex-número 1 do mundo faturou sete dos seus 19 troféus de Grand Slam.
Maria Esther conquistou três títulos em simples (1959, 1960 e 1964) e quatro em duplas (1958, 1960, 1963 e 1965) na famosa grama londrina. “Sua humildade, graça e jogo inventivo conquistaram os corações ao redor do globo, principalmente no Brasil, onde ela é e sempre será um orgulho da nação”, registrou a organização de Wimbledon.
Foi jogando na grama da tradicional competição que a ex-tenista ganhou o apelido de “bailarina das quadras”, em razão da sua movimentação durante o jogo. “Ela era venerada em Wimbledon”, disse o ex-tenista Thomaz Koch, em entrevista ao Estado. Koch, que manteve uma amizade de cinco décadas com Maria Esther, chegou a jogar duplas mistas com ela.
O Torneio de Roland Garros, onde foi campeão em duplas e duplas mistas em 1960, também lamentou a perda. “Apresentamos nossas condolências à família e aos amigos de Maria Esther Bueno, vice-campeã de Roland Garros em simples em 1964 e campeã de duplas e duplas mistas em 1960”, registrou a Federação Francesa de Tênis, em mensagem em português nas redes sociais.
As organizações do Aberto da Austrália e do US Open, onde ela também brilhou, também enviaram condolências à família e aos amigos da ex-tenista.
A ITF (Federação Internacional de Tênis, na sigla em inglês) disse “se unir ao mundo do tênis para prestar homenagem a Maria Bueno”. “Tenista sul-americana mais bem-sucedida, Maria foi uma das jogadoras mais graciosas e artísticas de sua geração”, afirmou a entidade responsável por organizar os torneios de Grand Slam.
O velório de Maria Esther foi realizado no Salão Oval do Palácio dos Bandeirantes, do governo de São Paulo, neste sábado, das 8h às 15h. O enterro ocorreu no Cemitério da Consolação, na região central de São Paulo.
Participaram do velório parentes e amigos da tenista, entre eles o sobrinho, Pedro Bueno, que acompanhou os últimos momentos e a luta dela contra o câncer.
“Foi difícil, mas ela sempre foi muito corajosa e enfrentou a doença como sempre enfrentou os desafios, e jogou tênis até o último momento, sem largar o esporte”, disse o sobrinho.
O tenista Fernando Meligeni, também presente ao velório, comentou a importância dela para a história do tênis brasileiro. “Ela é a pessoa mais importante que o tênis já teve, e queria viver, e viver bem até os últimos momentos”, disse o tenista.