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Xingamento de Collor ao procurador-geral não entra em registro oficial do Senado

Ex presidente do Brasil, na foto, ofendeu o procurador-geral da República Rodrigo Janot. (Foto: Sérgio Lima/Folhapress)

O xingamento feito pelo ex-presidente e atual senador Fernando Collor (PTB-AL) ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, da tribuna do Senado na quarta-feira, não foi incluído no registro histórico das sessões da Casa. As notas taquigráficas do plenário omitem a fala de Collor que, murmurando, chamou Janot de “filho da p…” quando se defendia das acusações de que um grupo ligado a ele teria recebido 26 milhões de reais em propina do esquema de corrupção da Petrobras.

Nenhum senador pediu para que o palavrão fosse retirado do registro oficial, segundo a área técnica responsável pelo arquivamento. Como o senador falou em voz baixa, acredita-se que os taquígrafos não puderam ouvir a ofensa durante o discurso. O único registro existente no site da Casa é o vídeo gravado pela TV Senado.

O xingamento também passou em branco pelos senadores. Nenhum parlamentar apresentou requerimento por quebra de decoro. Questionados sobre o ocorrido, alguns senadores preferiram não se pronunciar e minimizaram a reação de Collor.

Espetáculo midiático
O senador proferiu o xingamento no momento em que explicava que a apreensão de três carros de luxo em sua casa em julho fazia parte do que chamou de “espetáculo midiático” e que os veículos foram comprados com dinheiro lícito. Collor sussurrou a ofensa. “As empresas têm contrato social, estão devidamente registradas na junta comercial, têm suas atividades de acordo com o que define a legislação. Se existem parcelas em atraso é uma questão comercial que diz respeito a mim e ao credor, não podendo jamais, em tempo algum, sob o risco de uma grave penalização judicial a quem afirma, que tal atraso se deve à falta de recursos escusos. Afirmações caluniosas e infames. Filho da p…”, disse.

Ofensa
Durante o discurso, Collor acusou Janot de usar o vazamento seletivo de informações sigilosas da investigação como parte de uma “estratégia ardilosa” para permanecer no posto. “Querem me trazer como personagem, embora involuntário de minha parte, de uma campanha eleitoral que está se desenrolando e será concluída hoje [quarta-feira]”, disse.

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