Segunda-feira, 25 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de setembro de 2024
Ticiane Pinheiro é uma das personagens do documentário “Pra sempre paquitas”, disponível no Globoplay. Logo no primeiro episódio, ela fala do sonho (segundo ela, o único não realizado) de ser paquita. A apresentadora, apesar de contar com o apoio de Xuxa na época, acabou sendo vetada por Marlene Mattos, mas o motivo não é revelado.
“A única coisa que eu não consegui na vida foi ser uma paquita”, disse Ticiane. Ela conta que tinha o apoio de Xuxa, mas que as expectativas foram frustradas após o encontro com a diretora, que sofre diversas acusações de assédio moral no documentário.
A diretora havia criado várias regras para e escolha das meninas que trabalhariam ao lado da Rainha dos Baixinhos. Uma delas era que a escolhida fosse anônima e não tivesse parentesco com nenhum famoso. Como se sabe, Ticiane é filha de Helô Pinheiro, a eterna Garota de Ipanema.
Quando tentou vaga como paquita no “Xou da Xuxa”, no fim dos anos 1980, Ticiane Pinheiro também já tinha experiência com televisão. Ela chegou a apresentar o infantil “Balão mágico” nas manhãs da Globo.
“Ela [Xuxa] me levou para Marlene e disse: ‘A Ticiane queria muito ser paquita’. Ela [Marlene] olhou para mim e falou assim: ‘aham, aham’. Naquela hora, meu mundo caiu. Eu fiquei muito triste. Participei do programa e fiquei com aquela coisa de menina que tinha um sonho e vê que a Marlene, que era a que mandava em tudo, não quis”, lamentou Ticiane.
Em silêncio
Bastante citada na série documental “Pra sempre Paquitas”, do Globoplay, Marlene Mattos se recusou a gravar depoimento para o projeto. Mas a pergunta que não quer calar é: será que ela vai assistir o doc.?
No episódio que relata a demissão em massa da primeira geração de Paquitas, elas, que tinham entre 9 e 14 anos, contam que eram xingadas pela diretora Marlene Mattos e obrigadas por ela a ficarem nuas.
O documentário exibe as gravações em fita cassete dos desabafos que as próprias paquitas fizeram na época durante encontros com João Henrique, em 1994. A ideia delas era reunir as histórias e criar uma peça chamada “Confissões de Paquitas”, mas o diretor resolveu transformar as declarações polêmicas em livro.
Entre as histórias contadas na fita cassete, elas revelam que eram chamadas por Marlene de “putinhas” e frequentemente obrigadas a tirarem a roupa para a diretora.
“Teve um momento específico em que eu realmente me senti humilhada e sem saber como agir. Essa é uma lembrança muito dura, muito cruel”, desabafou a hoje atriz Bianca Rinaldi.
Assédio moral
Logo após a fala da Bianca, a ex-paquita Ana Paula Guimarães, a Catu, diretora do documentário, ouve as gravações das meninas da época, relatando que Marlene as obrigava a tirar a roupas.
“Para variar eu já sabia que ia levar um ‘esporrão’, né. Porque toda vez esse negócio de gordura… E a Marlene: ‘Eu dou uma semana para vocês emagrecerem’. Eu já estava acostumada com aquele tipo de esporro da Marlene. A Ana Paula, não. Ana Paula chorando”, disse Priscilla.
‘É você se acostumar com esse tipo de abuso e achar que é normal”, comentou Catu, chorando. “É realmente muio humilhante”, completou Bianca, também emocionada.
“Sempre tinha essa questão de, em janeiro, ela querer ver o corpo da gente… Mas aí é uma situação delicada que eu não gostaria nem de falar. Isso é chato”, disse Roberta no documentário.
“Eu fui a única que não tirei a roupa, porque ela me disse: ‘você não precisa’. Mas eu via as minhas amigas. Não é menos constrangedor”, declarou Juliana Baroni.
“Tinha meninas que estavam sem a parte de cima da roupa: eu. Estava de vestido. Então, não vou entrar… Você mensura aí o constrangimento. E eu não estava fora do peso. A minha mãe nunca ficou sabendo disso. Foi tão pesado, tão feio, horroroso”, lamentou Flávia Fernandes.