Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 30 de agosto de 2024
A queda de um caça F-16 causou um mal-estar político na Ucrânia. Nessa sexta-feira (30), o presidente Volodymyr Zelensky anunciou a demissão do chefe da força aérea do país, um dia depois de Kiev ter dito que um caça F-16 de fabricação norte-americana caiu em combate, matando o piloto.
Em uma mensagem de vídeo, Zelensky disse que “decidiu substituir o comandante da força aérea” para fortalecer a liderança militar da Ucrânia. O anúncio veio logo após seu gabinete ter publicado um decreto para remover oficialmente Mykola Oleshchuk do cargo. A irritação de Zelensky se deu pela morte do piloto e pelos esforços feitos pelo presidente ucraniano junto à comunidade internacional, sobretudo aos Estados Unidos, por uma ajuda no reforço da frota de caças utilizados por sua força aérea nos combates com a Rússia. O presidente considerou como falta grave a circusntância em que se deu o acidente.
Ainda que nada signifique em termos de rumo do conflito iniciado por Vladimir Putin em 2022, a perda do avião em sua primeira missão é uma humilhação para Zelenski. O presidente passou meses implorando aos aliados ocidentais que vencessem o tabu e fornecessem o caça. Foi a primeira perda relatada, poucas semanas depois que a Ucrânia começou a receber a aeronave supersônica. Os militares disseram que o avião e o piloto caíram durante uma missão de combate no início desta semana, após derrubar mísseis russos. Uma versão divulgada logo após a queda da aeronave responsabilizava erro operacional do piloto.
Fogo amigo
A deputada Mariana Bezugla, que faz parte do comitê parlamentar de defesa, segurança e inteligência, no entanto, afirmou que o F-16 foi abatido pelos próprios sistemas de defesa aérea da Ucrânia em um caso de fogo amigo. Em resposta a essas alegações, Oleshchuk a acusou na sexta-feira de tentar desacreditar os líderes militares da Ucrânia e disse que uma investigação completa sobre o incidente estava em andamento.
Zelensky não forneceu mais detalhes sobre o motivo pelo qual decidiu substituir seu comandante da força aérea, dizendo apenas que sua equipe de comando “precisava ficar mais forte”. O tenente-general Anatolii Kryvonozhko, que lidera as operações da força aérea na parte central da Ucrânia, assumiria temporariamente o papel de comandante geral, informou a força aérea.
Críticas
Pela primeira vez, surgiram críticas públicas à tática do presidente ucraniano. Nessa sexta, ele foi alvo de um oficial do notório Batalhão Azov, unidade de elite das Forças Armadas associada a neonazistas.
“No momento, parece que nossa frente no Donbass [área no leste da Ucrânia que une Donetsk e Lugansk] colapsou. A defesa das forças ucranianas está desorganizada, os soldados estão cansados, enfraquecidos e muitas unidades estão desmoralizadas”, escreveu no Telegram Roman Ponomarenko.