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Mundo Zelensky diz temer que Putin sabote negociações de paz

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Os americanos sugeriram um cessar-fogo imediato e condicional também por terra, além do mar, e do ar.

Foto: Flickr/Presidente Of Ukraine
Os americanos sugeriram um cessar-fogo imediato e condicional também por terra, além do mar, e do ar. (Foto: Flickr/Presidente Of Ukraine)

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou acreditar que “neste momento, há uma boa chance de a guerra terminar rapidamente”, mas para isso será necessário que seus aliados pressionem o presidente russo, Vladimir Putin, para evitar que ele sabote as negociações de cessar-fogo.

“Agora, temos uma boa chance de encerrar esta guerra rapidamente e garantir a paz. Temos entendimentos sólidos sobre segurança com nossos parceiros europeus. (…) Agora, estamos próximos do primeiro passo para encerrar qualquer guerra – o silêncio”, disse Zelensky em referência ao cessar-fogo temporário de 30 dias proposto pelos EUA e já aceito por ele.

O líder ucraniano disse que aceitou “imediatamente” a proposta americana quando foi consultado por seus representantes que foram à Arábia Saudita para negociar com o secretário de Estado, Marco Rubio, e o conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, no início desta semana.

Isso porque, segundo Zelensky, a proposta dos EUA “foi além” das expectativas ucranianas. Os americanos sugeriram um cessar-fogo imediato e condicional também por terra, além do mar, e do ar.

“Não queremos brincar com a guerra. (…) É claro que pensamos em garantias de segurança. É claro que pensamos em como controlar o cessar-fogo. Mas o primeiro passo é necessário. Apoiamos nossos parceiros americanos e o presidente Trump nisso. (…) A Ucrânia está pronta para agir de forma rápida e construtiva. E já alertamos que a única parte que tentará sabotar tudo não seremos nós”, afirmou Zelensky.

O presidente ucraniano admitiu nesta sexta-feira que seu Exército está em uma situação “muito difícil” em Kusrk, território russo ocupado em contra-ofensiva iniciada em agosto de 2024. Mapas de código aberto consultados pela agência de notícias Reuters mostraram que os soldados ucranianos em Kursk estão quase cercados pelas forças russas.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também disse que as tropas ucranianas estão “completamente cercadas” por militares russos e pediu para Putin que “vidas sejam poupadas”.

“Neste exato momento, milhares de tropas ucranianas estão completamente cercadas pelos militares russos, e em uma posição muito ruim e vulnerável. Eu pedi fortemente ao presidente Putin que suas vidas sejam poupadas. Este seria um massacre horrível, não visto desde a Segunda Guerra Mundial. Deus abençoe a todos”, escreveu.

Trump ainda falou sobre a conversa entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin e seu enviado especial, Steve Witkoff, na quinta-feira (13):

“Tivemos discussões muito boas e produtivas com o presidente Vladimir Putin da Rússia ontem, e há uma grande chance de que essa guerra horrível e sangrenta possa finalmente chegar ao fim”.

Pouco depois do post do presidente americano, o Exército ucraniano deu uma declaração dizendo que as informações sobre o cerco são falsas e que as tropas foram recuadas para uma posição “mais favorável”.

Os dados retratavam que a situação das tropas havia piorado drasticamente nos últimos três dias, depois que Washington suspendeu o compartilhamento de Inteligência com o governo ucraniano e já se especulava uma possível retirada.

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia completou três anos no dia 24 de fevereiro. Em agosto do ano passado, uma contraofensiva ucraniana tomou algumas cidades de Kursk, região russa na fronteira entre os dois países.

Em coletiva com jornalistas, Vladimir Putin, afirmou que concorda com a ideia de um cessar-fogo de 30 dias na guerra contra a Ucrânia, mas que ainda precisa acertar detalhes com os Estados Unidos, autor da proposta.

“Concordamos com as propostas para cessar as hostilidades, mas partimos do fato de que essa interrupção [dos combates] deve ser de forma a levar a uma paz de longo prazo e elimine as causas originais desta crise”, disse Putin a repórteres.

Putin, que na quarta-feira visitou a região de Kursk para exigir mais rapidez das tropas russas para retomar o território dos ucranianos, falou que não discorda da proposta americana, mas fez uma série de questionamentos e disse que um acordo com a Ucrânia “deve levar a uma paz duradoura”.

“A ideia do cessar-fogo em si é correta e nós certamente a apoiamos, mas há questões que precisamos discutir. Por que eles precisam de 30 dias? Para a mobilização ou fornecimento de armas para a Ucrânia? Não está claro como a situação vai se desenvolver em Kursk e outros lugares. Quem irá controlar o cessar-fogo? São 2 mil quilômetros de frente de batalha”, perguntou o presidente russo.

No mesmo dia, Trump afirmou que a declaração de Putin foi promissora, mas incompleta, e que está discutindo com a Ucrânia a concessão de territórios para Moscou e que a proposta está na mesa de Putin: “Agora vamos ver se a Rússia estará lá e, se não estiver, será um momento muito decepcionante para o mundo”.

“Estamos discutindo com a Ucrânia territórios que serão mantidos e perdidos, e todos os outros elementos de um acordo de cessar-fogo. Tem uma usina de energia envolvida, uma usina muito grande, então que é que vai ficar com a usina, com isso, com aquilo, não é um processo fácil”, disse o presidente dos EUA. As informações são do portal de notícias g1.

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