Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 4 de setembro de 2024
Muitas pessoas acreditam que o zinco, mineral essencial encontrado em quase todas as células, é uma espécie de pílula mágica, capaz de evitar resfriados e ajudar na perda de peso. Este talvez seja o motivo pelo qual tanta gente toma suplementos de zinco, apesar do fato de a maioria das pessoas obter quantidades adequadas desse mineral por meio dos alimentos.
Mas será que a ciência confirma essas crenças de reforço imunológico e queima de calorias? Os especialistas sugerem que há alguma verdade nessas alegações.
Os benefícios do zinco para a saúde
Assim como outras vitaminas e minerais essenciais, o zinco contribui para a saúde geral. “O zinco participa de muitas reações bioquímicas metabólicas”, diz Kathleen Garcia-Benson, nutricionista registrada. De fato, sua concentração no corpo só perde para a do ferro.
Muitas pessoas acreditam que tomar suplementos de zinco pode ajudar a prevenir ou interromper resfriados. Mas estudos mostram que há pouca ou nenhuma evidência de que o zinco possa evitar os sintomas do resfriado. Algumas pesquisas, no entanto, indicam que o zinco pode ajudar a reduzir a duração do resfriado se for usado logo no início.
“As pesquisas sugerem que as pastilhas de zinco podem reduzir a duração e a gravidade do resfriado comum quando tomadas dentro de 24 horas do início dos sintomas, provavelmente devido à capacidade do zinco de inibir a replicação viral e reforçar a resposta do sistema imunológico”, explica Garcia-Benson. “No entanto, são necessários mais estudos para determinar a dosagem ideal da pastilha e as estratégias de tratamento”.
Além de aumentar a imunidade, o zinco é essencial para vários processos do corpo, entre eles:
1-Síntese de DNA: o zinco atua como um cofator vital para várias enzimas e proteínas envolvidas no processo de replicação, reparo e estabilidade geral do DNA.
2-Cicatrização de feridas: o papel do zinco na cicatrização de feridas é multifatorial. O mineral é necessário para a síntese de colágeno e proteínas, a proliferação celular e a função imunológica, processos essenciais para a regeneração e o reparo de tecidos.
3-Paladar e olfato: o zinco é importante para o funcionamento das papilas gustativas e do olfato. A deficiência de zinco pode afetar negativamente esses sentidos.
4-Crescimento e desenvolvimento: o zinco é vital para o desenvolvimento humano durante a gravidez, a infância e a adolescência.
O zinco pode estimular o metabolismo?
O zinco tem um papel fundamental na função metabólica. Pesquisas mostram que ele é essencial para o funcionamento correto do metabolismo de lipídios e da glicose, regulando a atividade da insulina. Mas, quando se trata da capacidade do zinco de melhorar o metabolismo, os resultados são obscuros.
Um estudo de 2019 descobriu que a suplementação de zinco junto com uma dieta de restrição calórica tem efeitos positivos na redução do peso corporal e do índice de massa corporal (IMC), bem como na diminuição do apetite em pessoas com obesidade.
Garcia-Benson apresenta um ponto de vista diferente. “O zinco é fundamental para vários processos metabólicos, mas não melhora a taxa metabólica no sentido de aumentar a taxa metabólica ou queimar mais calorias”, diz.
“Não há fortes evidências que sugiram que o zinco melhore o metabolismo além de seus níveis naturais em indivíduos que não têm deficiência do mineral. Portanto, embora o zinco seja vital para o metabolismo saudável, ele não é um fator direto de melhoria da taxa metabólica para quem não tem essa deficiência”.
Os efeitos colaterais do excesso de zinco
Mas, como diz a sabedoria popular, excesso sempre faz mal. Entre os efeitos colaterais da ingestão excessiva de zinco estão os sintomas gastrointestinais, como náusea, vômito, diarreia e dor abdominal.
“Queremos um sistema imunológico saudável, mas não um sistema hiperativo”, resume Garcia-Benson. “O excesso de zinco não vai causar essa hiperatividade, mas provoca outros efeitos colaterais”.
Ela acrescenta: “O excesso também pode resultar em redução da absorção de magnésio e deficiência de cobre. Embora o zinco seja necessário para que o sistema imunológico funcione no nível ideal, há um ponto em que sua necessidade é atendida, e mais zinco não vai aumentar a resposta do sistema imunológico”.
A toxicidade do zinco geralmente se dissipa com o fim da ingestão excessiva. Mas algumas pessoas ainda podem apresentar efeitos colaterais de longo prazo decorrentes do consumo excessivo de zinco, como comprometimento do sistema imunológico.
Embora o zinco tenha um papel importante na função e no desempenho geral do corpo, moderação é fundamental.
Qual é a quantidade necessária de zinco?
A dose diária recomendada na dieta é de 8 mg para mulheres e 11 mg para homens.
Alguns preferem os suplementos, mas você pode obter as necessidades recomendadas simplesmente incorporando alimentos ricos em zinco à sua dieta.